A Falta de Liderança da Liderança: Minha Indignação com o Desrespeito à Gratuidade em Goiânia
Naquele dia, eu estava registrando o movimento dos passageiros, quando presenciei uma cena revoltante: pessoas com deficiência sendo impedidas de embarcar gratuitamente, mesmo tendo direito garantido por lei. A empresa simplesmente negou as gratuidades, alegando “falta de vagas destinadas” — uma desculpa repetida, gasta e totalmente inaceitável.
Fiquei observando a situação e não consegui ficar calado. É um absurdo o que fazem com quem já enfrenta tantas dificuldades. A gratuidade no transporte rodoviário intermunicipal e interestadual não é um favor. É um direito assegurado por lei, fruto de muita luta. Negar esse direito é o mesmo que empurrar essas pessoas para a margem da sociedade. E o que mais me revolta é que isso acontece diante de todos, como se fosse algo normal.
A empresa Liderança mostra no nome aquilo que ela não pratica: liderança nenhuma. Uma verdadeira líder seria exemplo de respeito, humanidade e empatia. Mas o que vi foi o contrário — funcionários despreparados, um atendimento frio e um descaso com a dignidade alheia. O pior é perceber que essa prática é recorrente. Nos bastidores, muitos passageiros me contaram que essa não foi a primeira vez que isso aconteceu. Vários deficientes e idosos relatam que, quando procuram os guichês, são informados que “as vagas de gratuidade já acabaram”, mesmo quando há assentos livres no ônibus.
Eu me pergunto: até quando empresas como essa vão agir com tanta irresponsabilidade? O transporte rodoviário é essencial para milhões de brasileiros, especialmente aqueles que dependem dele para tratamento médico, para visitar a família ou simplesmente para exercer o direito de ir e vir. Quando uma empresa nega esse direito, ela não está apenas desrespeitando uma lei — está desrespeitando vidas.
Gravei o momento e publiquei no meu canal, porque acredito que a denúncia é o primeiro passo para a mudança. Não dá mais para aceitar que empresas de transporte tratem passageiros como números. Precisamos cobrar as autoridades competentes — Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) e órgãos estaduais — para que fiscalizem e punam quem age assim. A omissão também mata a esperança de quem luta por um país mais justo.
Falar sobre isso não é fácil, porque muitos tentam silenciar quem denuncia. Já ouvi ameaças veladas e tentativas de descredibilizar meu trabalho. Mas eu não vou me calar. O “Roberto no Trecho” nasceu justamente para dar voz a quem é ignorado nas rodoviárias, nas estradas e nas garagens. Cada vídeo que publico é um grito contra o descaso e uma tentativa de abrir os olhos de quem ainda acha que “é assim mesmo”.
A Liderança precisa entender que transportar pessoas é transportar histórias, sonhos e vidas. Quando uma empresa fecha as portas para um passageiro com deficiência, ela está dizendo que o lucro vale mais do que o ser humano. E isso, para mim, é o retrato mais triste do que o nosso sistema de transporte se tornou.
Termino este desabafo com um apelo: que as autoridades investiguem, que a sociedade cobre e que as empresas aprendam — de uma vez por todas — que respeito não é opcional, é obrigação. Enquanto houver injustiça no trecho, podem ter certeza: eu, Roberto, vou continuar denunciando.
Aguardem sábado...
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